sábado, 26 de novembro de 2011

Conversar com os nossos botões

O nosso diálogo interior é um hábito que nos acompanha quase em permanência. Mas por ser tão frequente e natural já quase nem damos por ele.

Conversar com os nossos botões pode ser extremamente construtivo e enriquecedor mas pode também destruir a nossa auto-confiança e a nossa eficácia para gerir as emoções e mesmo as nossas acções.

A linguagem que usamos quando falamos connosco próprios é poderosa e exerce o seu poder para o bem e para o mal. Temos uma espécie de casamento com os nossos botões, convivemos com eles “na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e até ao fim da nossa vida”!

Mas já que assim é, como podemos usar esta conversa a nosso favor? Como podemos ter uma convivência de enamoramento com os nossos botões?

Primeiro que tudo, precisamos de começar a reparar e, se for preciso, a anotar as coisas que dizemos quando falamos connosco próprios. Precisamos de estar mais à escuta destas conversas com os nossos botões para tomarmos consciência das coisas que vamos dizendo e do seu colorido.

À medida que vamos escutando de forma mais atenta é importante observar os conteúdos, que tipo de conteúdos se repetem, se encontramos padrões, como estes variam e que reacções provocam em nós.

Ficamos mais leves ou pesados? Mais sorridentes ou mais fechados? Mais seguros ou mais inseguros? Mais motivados para agir ou mais bloqueados?

Depois de conhecermos melhor estas conversas, o passo seguinte será perceber se precisamos de mudar o seu conteúdo, mantê-lo ou reforçá-lo.

Se os nossos diálogos interiores forem no sentido de contaminar o nosso bem estar e enfraquecer a nossa auto-confiança é urgente mudar para não deixarmos os nossos botões tristes, pálidos e quebradiços.

Assim, nestas conversas (e noutras!) é importante mudar os seguintes conteúdos:
“”Sou mesmo burro”; “Só faço porcaria”; “Nunca vou conseguir controlar isto”; “Sou sempre a mesma desgraça”

E como se muda?

Os nossos botões preferem conversas mais positivas e, sobretudo, mais construtivas, como por exemplo:
“Sou tão capaz como qualquer outra pessoa”; “Estou sempre a aprender”; Da próxima vez vou sair-me melhor”; “Sou boa pessoa”; “As minhas intenções eram as melhores”.

O importante é que a conversa seja realista mas positiva. Podemos e devemos usar as nossas experiências negativas a nosso favor. Lá diz o ditado “Quem nunca errou nunca fez nada” Todas as experiências podem ser aprendizagens e trampolins para fazermos sempre mais e melhor.

Caso o nosso diálogo interior seja positivo e construtivo há que mantê-lo e reforçá-lo porque os nossos botões gostam de mimos e sorrisos para ficarem fortes e coloridos!

E você, como é que anda a conversar com os seus botões?

Vera Martins
veramartins.psicologia@gmail.com

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