quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

10 Recomendações para as PMD - Pessoas em Mudança e Desenvolvimento

Há algumas semanas, li um artigo interessante de Francisco de Almeida no Jornal de Negócios cujo título é 10 Recomendações para as PME para 2012.

Quando o li, o meu 1º pensamento foi que, de certa forma, a vida de cada um de nós é uma empresa. Ora, nesta lógica, também podemos beneficiar destas recomendações para gerir e promover a nossa empresa pessoal.

Assim, espero que o autor do texto original fique orgulhoso por ver as suas ideias aproveitadas com o objectivo de nos ajudar a progredir na carreira de gestores da nossa vida.

Assim, partilho convosco as 10 recomendações de Francisco de Almeida para as PME, adaptadas por mim para as PMD - As Pessoas em Mudança e Desenvolvimento:

1 - Aprofundar a relação com os outros - Promovendo a proximidade, conhecendo melhor o outro e dando-se também a conhecer.

2 - Actualizar-se - É importante estarmos a par do que acontece no contexto onde estamos inseridos: saiba todas as novidades (não são as fofocas) da sua família, dos seus amigos, do seu bairro, da sua cidade, do seu País, etc. Quando as novidades forem boas, não se esqueça de comemorar!

3 - Capitalizar no crescimento das relações sociais - A nossa rede social é essencial como pilar de apoio, de afecto, de crescimento e bem-estar.

4 - Apostar na internacionalização - Há muitas formas de o fazer. Se não pudermos viajar, podemos correr mundo através da internet ou, por exemplo, aprender uma língua estrangeira. Além de ser excelente para o nosso cérebro, já é possível encontrar cursos online que são gratuitos e, portanto, acessíveis a todos.

5 - Colaborar com outras pessoas - Podemos e devemos contribuir para que outras pessoas pequenas ou grandes realizem as suas tarefas fáceis ou difíceis, os seus sonhos possíveis ou impossíveis. Dar é, também, receber.

6 - Apostar na formação - O saber não ocupa lugar e é muito útil no nosso crescimento profissional e pessoal. Lembra-se daquelas aulas de pintura ou de canto que quer fazer há muito tempo? E o curso de escrita criativa há muito adiado? E o...? E a formação em...?

7 - Procurar um mentor - Quem são as pessoas que o inspiram na sua vida? Fale com elas, pergunte-lhes como fazem aquilo que mais admira. Mostre-se disponível para aprender com elas. Na impossibilidade de lhes falar, siga os seus exemplos.

8 - Poupar capital privado - É verdade que o dinheiro se fez para gastar mas fazer algumas poupanças é sempre uma boa ideia.

9 - Planear o futuro - Sonhe, visualize aquilo que quer para si. Só podemos dirigir-nos para um objectivo quando ele está claro e visível para nós.

10 - Saber desistir - Não gostamos muito e habitualmente associamos desistência a fraqueza ou a falhanço pessoal. Mas não é sempre assim, é preciso sabedoria para escolher desistir ou desinvestir de algo que nos está a prejudicar, sejam relações, ambientes, decisões, etc.

O segredo das pessoas mais felizes é serem PMD - Pessoas em Mudança e Desenvolvimento!

Vera Martins

Com os devidos agradecimentos a Francisco de Almeida. Encontram o seu texto com 10 Recomendações para as PME para 2012 aqui

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Isso é comigo??!!

É provável que não seja...

Há dias em que sentimos que o “mundo está contra nós” e que tudo o que as pessoas dizem ou fazem é dirigido a nós.

Quando estes dias se repetem muito causam-nos sofrimento e deixam a nossa auto-estima em baixo além de afectarem a nossa capacidade de discernimento.

Mas não podemos personalizar tudo, muitas vezes levamos coisas “a peito” que, na verdade, não tinham mesmo nada a ver connosco nem eram dirigidas a nós. Pode haver simplesmente dias maus e isso não quer dizer que nós é que somos maus.

Tal como o bom humor, o mau humor parece ser contagiante!

Já todos nós experimentámos dias assim, daqueles em que parece que uma nuvem negra nos envolve... Quem está na posse da nuvem negra tenta soprá-la para outra banda.

Ora, quando personalizamos qualquer coisa de negativo que outra pessoa diz e a recebemos como sendo para nós estamos a abrir a janela para receber a nuvem negra.

Mas, na maioria das vezes o que se passa não é mesmo connosco, o que é dito com cor mais escura não é mesmo para nós!

Por isso, não personalize tudo. Às vezes gostaríamos que tudo girasse à nossa volta mas não é sempre assim. E, no caso das nuvens negras é bom que não seja!

Viva mais descontraído, não leve tudo “a peito” e sopre as nuvens negras para longe de si e, já agora, para longe dos outros...

Xô, mau humor!!!

Vera Martins
veramartins.psicologia@gmail.com

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Será rigidez ou nem por isso?

Há um aspecto que costuma, entre outros, ser um bom indicador de boa forma física: a flexibilidade. Se me mexo bem, com facilidade, consigo tolerar posições mais difíceis ou pouco usuais sem me lesionar, então o meu corpo é flexível. Caso contrário o meu corpo apresenta maior rigidez ou menor flexibilidade.

Mas então o que dizer da nossa boa forma psicológica?

Não será também importante cultivar e manter a nossa flexibilidade cognitiva e emocional?

De facto, uma boa parte do nosso bem-estar psíquico depende também da nossa flexibilidade a nível de pensamentos e raciocínios o que, consequentemente, terá efeitos sobre o nosso funcionamento emocional. Todos estes elementos em conjunto irão traduzir-se em atitudes e comportamentos mais rígidos ou mais flexíveis.

Como podemos então ser mais flexíveis?

- Dispensando o uso das palavras “sempre” e “nunca” - Lá diz o ditado que “Nem sempre nem nunca”!

- Evitando os raciocínios baseados na lei do “tudo ou nada”  ou do “preto e branco” - na maioria das situações há pontos intermédios entre o zero e o cem e outras cores entre o preto e o branco.

- Mudando o nosso discurso do “devo” e “tenho que” - o nível de exigência que pomos nestas palavras já é só por si carregado do sentido da provável falha. Porque não dizer antes “posso” ou “preciso de”?

- Reconhecendo que raras vezes podemos saber ou prever como determinada situação vai terminar - é importante mantermos a curiosidade e o optimismo sobre os resultados a esperar.

- Aceitando que mudar de ideias é absolutamente normal e saudável - uma vez que viver é uma aprendizagem constante é perfeitamente normal e legítimo ter uma ideia hoje e outra amanhã e até outra depois de amanhã sobre o mesmo assunto.

- Lembrando que os planos são apenas planos - é natural que precisem de sofrer ajustes e alterações.

- Assumindo que praticamente tudo tem vantagens e desvantagens - às vezes temos tendência a adoptar filtros para ver só os aspectos negativos ou só os aspectos positivos de uma situação. E quando se trata de desvantagens somos mesmo peritos em enumerá-las... se é para avaliar, é bom não esquecer as vantagens!

Se experimentar algumas destas alterações no seu dia-a-dia vai sentir que tudo flui melhor, poderá surpreender-se com o aumento de emoções positivas e com a melhoria da sua capacidade de adaptação às situações.

Se for aos treinos vai ver que, à semelhança da flexibilidade física, vai conseguir lidar melhor com posições difíceis sem se lesionar!

Vera Martins
www.veramartins-psicologia.com


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O nosso precioso Google interno

O motor de busca da Google deve ser hoje em dia o mais usado ou dos mais usados para fazer pesquisas na internet. Inclusivamente por questões práticas já é comum usar-se em Português a expressão “googlar” um tema ou uma palavra como sinónimo de “procurar na internet”.

Há dias numa consulta dei comigo a dizer a uma paciente que se sentia sem possibilidade de recorrer a ajuda externa para um determinado assunto: “Então, se for googlar dentro de si o que é que encontra?”

E a verdade é que temos alguma tendência a procurar muitas das respostas fora de nós esquecendo-nos que temos dentro de nós um manancial de informação que a vida já nos ofereceu e que nos é extremamente útil.

A experiência de vida é uma das maiores riquezas que podemos ter. À medida que vamos andando na estrada da vida vamos colecionando emoções, informações sensoriais, experiências, relações, etc que nos ensinam muitas coisas.

Ou seja, viver simplesmente vai permitindo que nos tornemos dotados de muitos recursos e ferramentas para lidarmos com as mais variadas situações de vida, sejam elas novas ou semelhantes a situações anteriores.

No entanto, parecemos muitas vezes esquecidos da nossa sabedoria e procuramos nos outros ou até nos livros respostas que podem estar mesmo ali á mão.

É claro que também é importante contar com a ajuda das pessoas que nos rodeiam e são significativas para nós, é bom pedir opiniões e muitas vezes estas ajudas externas são ajudas de qualidade.

A minha proposta não é que nos fechemos em nós próprios e deixemos de recorrer às nossas relações e à experiência de vida dos outros, que é também bastante valiosa. A ideia que tentei passar à minha paciente foi que, perante a ausência de respostas fora de si, pode sempre contar com a sua riqueza interna para encontrar saída para os seus conflitos e respostas adequadas para as suas perguntas.

É bom lembrar que a sabedoria interna de cada um pode ajudar (e muito!) nos momentos em que não nos pareça possível ou razoável encontrar boas respostas fora de nós.

Claro que devemos ter para com as nossas próprias respostas os mesmos cuidados que devemos ter com as respostas dos outros ou da internet: avaliar o bom senso, a congruência, a consistência, a utilidade e a eficácia da informação que encontramos dentro de nós.

Ou seja, tirando alguns cuidados que aplicamos à maioria das informações em geral, podemos confiar que também sabemos encontrar em nós boas respostas ou opiniões fiáveis e úteis para questões que nos preocupam.

Por isso, não se esqueça de googlar dentro de si sempre que necessário!

Vera Martins