domingo, 18 de dezembro de 2011

Três lições valiosas que aprendi com o meu cão

Quando era miúda tive um cão com quem aprendi muito! A sua inteligência, sensibilidade e dedicação continuam a emocionar-me 30 anos depois e acredito que guardarei as suas lições de partilha e afecto até ao fim da minha vida.

O meu Bamby vivia connosco já há uns tempos, quando apareceram no nosso quintal dois gatinhos bebés (mesmo muito bebés). Como a mãe destes dois meninos nunca apareceu foram ficando e fomos cuidando deles. No entanto, o membro da família que mais se dedicou e melhor cuidou dos “seus bebés” foi mesmo o Bamby! Rapidamente percebemos que o Bamby se deitava de lado com toda a tranquilidade para os gatinhos mamarem nas suas tetas!

E acreditem que não estou a fazer confusão, era mesmo um cão que tentava proporcionar uma experiência maternal e afectiva a estes dois gatinhos bebés. Com a naturalidade de quem tinha feito isto toda a vida, o Bamby lá se deitava e ali permanecia com calma enquanto os dois bebés se aninhavam na sua barriga, procuravam as suas tetas minúsculas de cão e chuchavam, sonhando com a teta da sua mãe gata que haviam perdido!

Quando olho para trás e me lembro destas imagens que trago comigo até hoje, dou conta das lições que recebi deste cão maravilhoso, deste companheiro de aventuras e emoções!

Com o meu cão aprendi que:

-  Não há limites para o afecto - Podemos dar e receber afecto independentemente da idade, do sexo, da raça ou, até mesmo, da espécie. O afecto é reparador de relações e crises, além de ser um importante promotor de crescimento e desenvolvimento.

- Não há limites para a generosidade - Na maioria das vezes é  suficiente darmos o que temos desde que o façamos com generosidade genuína. Não é necessário dar a Lua para fazermos os outros felizes, às vezes o pouco que temos para dar pode transformar vidas e representar muito para os outros. Não devemos inibir gestos de generosidade sob pena de perdermos oportunidades de contribuir para grandes mudanças.

- Todos saem a ganhar quando aceitamos as diferenças - mais uma vez, independentemente da idade, do sexo, da espécie ou da raça, as diferenças são enriquecedoras e têm o poder de promover relações sólidas, de boa qualidade,  aproveitando e multiplicando as qualidades de todos.

Fico a pensar nas capacidades inquestionáveis dos nossos amigos de quatro patas e de como todos temos a aprender com todos. Não tenho dúvidas de que partilhar a vida com os que são diferentes de nós (animais ou humanos) enriquece a existência, promove a felicidade e torna tudo muito mais fácil!

Ainda tem dúvidas de que o afecto move montanhas e é o melhor antídoto contra a crise?

Vera Martins
www.veramartins-psicologia.com

1 comentário:

  1. Adorei este texto e já me pôs com lagrimita no olho... Perdi o meu cão há bem pouco tempo e só eu sei a falta que me faz... O meu Bogy era o meu melhor amigo, nunca conheci fidelidade mais honesta e desinteresseira!

    Obrigada por este texto e viva a diferença! *****

    alexa violeta

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