quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Será rigidez ou nem por isso?

Há um aspecto que costuma, entre outros, ser um bom indicador de boa forma física: a flexibilidade. Se me mexo bem, com facilidade, consigo tolerar posições mais difíceis ou pouco usuais sem me lesionar, então o meu corpo é flexível. Caso contrário o meu corpo apresenta maior rigidez ou menor flexibilidade.

Mas então o que dizer da nossa boa forma psicológica?

Não será também importante cultivar e manter a nossa flexibilidade cognitiva e emocional?

De facto, uma boa parte do nosso bem-estar psíquico depende também da nossa flexibilidade a nível de pensamentos e raciocínios o que, consequentemente, terá efeitos sobre o nosso funcionamento emocional. Todos estes elementos em conjunto irão traduzir-se em atitudes e comportamentos mais rígidos ou mais flexíveis.

Como podemos então ser mais flexíveis?

- Dispensando o uso das palavras “sempre” e “nunca” - Lá diz o ditado que “Nem sempre nem nunca”!

- Evitando os raciocínios baseados na lei do “tudo ou nada”  ou do “preto e branco” - na maioria das situações há pontos intermédios entre o zero e o cem e outras cores entre o preto e o branco.

- Mudando o nosso discurso do “devo” e “tenho que” - o nível de exigência que pomos nestas palavras já é só por si carregado do sentido da provável falha. Porque não dizer antes “posso” ou “preciso de”?

- Reconhecendo que raras vezes podemos saber ou prever como determinada situação vai terminar - é importante mantermos a curiosidade e o optimismo sobre os resultados a esperar.

- Aceitando que mudar de ideias é absolutamente normal e saudável - uma vez que viver é uma aprendizagem constante é perfeitamente normal e legítimo ter uma ideia hoje e outra amanhã e até outra depois de amanhã sobre o mesmo assunto.

- Lembrando que os planos são apenas planos - é natural que precisem de sofrer ajustes e alterações.

- Assumindo que praticamente tudo tem vantagens e desvantagens - às vezes temos tendência a adoptar filtros para ver só os aspectos negativos ou só os aspectos positivos de uma situação. E quando se trata de desvantagens somos mesmo peritos em enumerá-las... se é para avaliar, é bom não esquecer as vantagens!

Se experimentar algumas destas alterações no seu dia-a-dia vai sentir que tudo flui melhor, poderá surpreender-se com o aumento de emoções positivas e com a melhoria da sua capacidade de adaptação às situações.

Se for aos treinos vai ver que, à semelhança da flexibilidade física, vai conseguir lidar melhor com posições difíceis sem se lesionar!

Vera Martins
www.veramartins-psicologia.com


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