quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O nosso precioso Google interno

O motor de busca da Google deve ser hoje em dia o mais usado ou dos mais usados para fazer pesquisas na internet. Inclusivamente por questões práticas já é comum usar-se em Português a expressão “googlar” um tema ou uma palavra como sinónimo de “procurar na internet”.

Há dias numa consulta dei comigo a dizer a uma paciente que se sentia sem possibilidade de recorrer a ajuda externa para um determinado assunto: “Então, se for googlar dentro de si o que é que encontra?”

E a verdade é que temos alguma tendência a procurar muitas das respostas fora de nós esquecendo-nos que temos dentro de nós um manancial de informação que a vida já nos ofereceu e que nos é extremamente útil.

A experiência de vida é uma das maiores riquezas que podemos ter. À medida que vamos andando na estrada da vida vamos colecionando emoções, informações sensoriais, experiências, relações, etc que nos ensinam muitas coisas.

Ou seja, viver simplesmente vai permitindo que nos tornemos dotados de muitos recursos e ferramentas para lidarmos com as mais variadas situações de vida, sejam elas novas ou semelhantes a situações anteriores.

No entanto, parecemos muitas vezes esquecidos da nossa sabedoria e procuramos nos outros ou até nos livros respostas que podem estar mesmo ali á mão.

É claro que também é importante contar com a ajuda das pessoas que nos rodeiam e são significativas para nós, é bom pedir opiniões e muitas vezes estas ajudas externas são ajudas de qualidade.

A minha proposta não é que nos fechemos em nós próprios e deixemos de recorrer às nossas relações e à experiência de vida dos outros, que é também bastante valiosa. A ideia que tentei passar à minha paciente foi que, perante a ausência de respostas fora de si, pode sempre contar com a sua riqueza interna para encontrar saída para os seus conflitos e respostas adequadas para as suas perguntas.

É bom lembrar que a sabedoria interna de cada um pode ajudar (e muito!) nos momentos em que não nos pareça possível ou razoável encontrar boas respostas fora de nós.

Claro que devemos ter para com as nossas próprias respostas os mesmos cuidados que devemos ter com as respostas dos outros ou da internet: avaliar o bom senso, a congruência, a consistência, a utilidade e a eficácia da informação que encontramos dentro de nós.

Ou seja, tirando alguns cuidados que aplicamos à maioria das informações em geral, podemos confiar que também sabemos encontrar em nós boas respostas ou opiniões fiáveis e úteis para questões que nos preocupam.

Por isso, não se esqueça de googlar dentro de si sempre que necessário!

Vera Martins


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