segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Dois problemas de Estatística e 10 lições para a vida

Há dias li uma referência à história do Matemático Georges Bernard Dantzig e senti que esta era a história perfeita para iniciar o ano. Resolvi por isso trazê-la comigo para partilhar um exemplo real daquilo que podemos alcançar quando não há nada a limitar a nossa criatividade ou a estreitar os nossos horizontes.

Dantzig frequentava no início dos anos 40 um curso de Estatística em Berkeley e havia um professor que tinha o hábito de escrever no quadro, no início da aula, alguns exercícios para trabalho de casa para que os seus alunos copiassem e entregassem na aula seguinte.

Houve uma aula à qual Dantzig chegou atrasado e viu 2 problemas escritos no quadro.  Pensando que eram para trabalho de casa, copiou-os e resolveu-os. A única diferença foi ter considerado que eram um pouco mais difíceis do que os problemas habituais. Assim, demorou um pouco mais de tempo mas entregou-os resolvidos ao professor, pedindo desculpa pelo atraso na entrega.

Na verdade, aqueles dois problemas não eram para trabalho de casa como habitualmente, os problemas que Dantzig resolveu estavam no quadro naquela aula por serem famosos na história da Estatística, eram considerados problemas sem solução.

A solução de Dantzig para estes problemas veio a constituir a sua tese de Doutoramento em 1946, por sugestão do seu professor.

Fica claro neste exemplo da história da Matemática como podemos chegar muito longe quando não somos constrangidos por limitações e teorias de fracasso a priori.

É provável que se Dantzig soubesse que os problemas eram considerados irresolúveis, não tivesse tentado resolvê-los. Ou, mesmo que tentasse, poderia ter desistido mais facilmente perante as dificuldades.

Ao confiar que a solução existia, Dantzig alcançou-a. Mais do que isso, Dantzig criou a solução para os dois problemas!

Esta história pode ensinar-nos várias coisas. Aqui partilho as 10 lições que considero mais importantes (a estas poderá acrescentar as suas):

1 - Não devemos pensar à partida que um problema não tem solução;

2 - Mesmo quando nos dizem que algo não é possível, podemos e devemos tentar chegar onde nos propusemos;

3 - Confiar que a solução existe pode ser meio caminho andado para alcançá-la;

4 - No início de um problema conhecemos o problema mas não podemos estar certos de conhecer o seu fim;

5 - Só conheceremos todo o processo se percorrermos todas as suas fases: princípio, meio e fim;

6 - O facto de os outros não conseguirem resolver um problema não significa que nós não consigamos;

7 - É mesmo importante tentar, fazer, insistir e persistir;

8 - Mesmo que a solução seja alcançada “mais tarde” não perde o seu mérito por esse atraso;

9 - Não devemos desencorajar as pessoas que nos rodeiam (nem as pequenas nem as crescidas) dizendo-lhes que algo “não é possível” ou que “não tem solução”;

10 - É fundamental acreditar que somos capazes e que (quase) tudo é possível!

O meu desejo para o novo ano é que se lembre muitas vezes desta história e que não acredite  nas previsões de insucesso que possam surgir no seu caminho.

Haja o que houver, confie em si!

Vera Martins, Psicóloga Clínica
www.veramartins-psicologia.com

Referência: Biografia de George Bernard Dantzig (consultada em http://www.phpsimplex.com/en/Dantzig_biography.htm

1 comentário:

  1. Sem dúvida...uma bela lição para começar este novo ano!
    Para aqueles que tendem a pensar na tão falada "crise"...e a olhar o futuro com desconfiança, pouca coragem e alguma tristeza...há que encará-lo como se também tivesse chegado atrasado à aula...e lançar-se em busca da solução!...

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